27 de julho de 2008

Esperança

Que mundo real é este, que hoje tanto nos amedronta?

Estamos nos enfiando cada vez mais nesta coisa virtual e esquecendo como se vive lá fora. Insegurança, medo, pânico.

Não!

Reaja enquanto é tempo. Não tema e volte a viver. Vislumbre a realidade das árvores e do concreto.

Pois apesar de não termos mais fé nos bípedes superiores, devemos que dar crédito extra aos humanos, que nos são caros.


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Sábado

Na madrugada
sobre o teclado
vagam inquietos
os dedos ágeis
sem encontrar
sem fixar
palavra sequer

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25 de julho de 2008

Self Cárcere

Poema solto de outrora
encarcerado no fundo de uma mente
lhe acompanham pensamentos presos
de asas podadas na crueldade do tráfico de alegrias.

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20 de julho de 2008

Ist die Liebe

Amazing!
Amei sim!

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18 de julho de 2008

Abdução

Acordo, abro os olhos e mesmo assim tudo continua escuro. Sinto que estou deitado no chão duro e frio, percebo apenas o vazio da escuridão e aquele forte cheiro sulfuroso que impregna o ar ao meu redor.

Não lembro de ter voltado pra casa, muito menos de ter caído da cama. Ei! Este não pode ser meu quarto, tenho um tapete ao lado da cama, mas no entanto estou deitado, sem camisa, no concreto.

Faço um supremo esforço para me sentar e eis que vem outra surpresa. Minha cabeça dói, apesar de abstêmio há meses essa é a maior ressaca de minha vida. Passo a mão pelos cabelos e percebo um corte atrás da minha cabeça que revela a origem de tamanha dor e tontura.

Levanto. Pelo menos deixaram minhas calças. Fui seqüestrado? Só pode! Muito foda essa onda de violência pela qual passamos ultimamente. Onde esse mundo vai parar? Ai! Dói muito, dói tudo. A cabeça inchada, o corpo rijo; devo ter passado horas deitado nesse chão.

A sala é pequena, tateando descubro três paredes e uma grade, deve ser a única entrada para este cubículo. Bato na grade, grito por socorro e nada, não ouço nenhum som externo, aqui dentro apenas o barulho da minha respiração e um zumbido interminável no meu ouvido.

Começo a me preocupar, as horas vão passando, tenho sede, tenho fome. Se fosse um seqüestro alguém já teria aparecido. Preciso fazer algo para manter a mente ocupada, estou pirando aqui dentro!

Deito no chão e começo a fazer flexões. O que é isso aqui? Uma caixa de fósforos... maravilha! Agora vou entender um pouco mais deste ambiente onde estou.

Dizem que a última coisa que você vê antes de morrer fica gravada na sua retina. Bom, essa é a impressão da minha:

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De repente

De repente tudo é cinza
Como em dias nublados
Os dias seguem lentos
Passam sempre arrastados.

De repente eis que surge
Incólume e radiante, o sol
Alegria do viver
O mês inteiro mais feliz.

De repente nuvens no céu
A nublar os sentimentos
Raios e trovões lampejam
Mostrando vultos ao vento.

De repente toma corpo
Rosto que surge no breu
De repente eu descubro
Que meu inimigo sou eu.

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14 de julho de 2008

Tempo

Velhinho gente boa esse tal de Cronos...
Faz com que enxerguemos claramente
onde antes era tudo névoa.
Brumas sem fim.

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Hipocondríacas

Duas amigas se encontram na sala de espera do hospital.

-Cidinha! Você por aqui, tudo bem?
-Oi amiga. Tudo bem comigo e com você?
-Ai, você tá podendo carregar peso?
-Não.
-Então me ajuda aqui, pois eu ainda estou com os pontos; mas ganhei estas frutas e não podia deixá-las lá.
-Pontos é? O que aconteceu?
-Tive que remover um rim. O outro ainda está funcionando. Hoje vou tirar os pontos. Mas ainda falta operar a vesícula. E você, está tão magra, novamente de dieta?
-Que nada! transplante de medula! Estou aqui para uma consulta de rotina.

A conversa foi interrompida pela voz do médico chamando:

-Dona Aparecida!
-Aqui, doutor! Responde Cida, eufórica.
-Dona Aparecida, -continua o médico- temos uma citogenética agendada agora para a senhora e ...
-Mulher de sorte! - Exclama a amiga invejando a situação de Cida que sorri e completa:
-Oba! Hoje tem procedimento!!!


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12 de julho de 2008

Febril

Piá metido a entendedor das letras o tal do Lacerda. Sempre usando um vocabulário rebuscado para impressionar as menininhas. Muitas vezes nem sabia o significado do que dizia, mas como soava bonito ele não perdoava o tom erudito e até se dava bem vez ou outra.

Certa ocasião cai de cama Lacerda, quarenta graus de febre. A mãe chama o serviço de emergências médicas e, como o caso não é tão grave, não mandam ambulância, mas um carro normal e um enfermeiro novato, recém formado.

Ao ver o enfermeiro entrar pelo quarto Lacerda não teve dúvidas, caprichou no vocabulário e na encenação:

-Ai ai ai ai Doutor, estou fibrilando!

Ao ouvir isso, o recém formado, que já estava nervoso devido à falta de experiência, não teve dúvidas, sacou o desfibrilador e deu uma carga no peito de Lacerda que, depois dessa, nunca mais soltou uma palavra da qual não soubesse o significado.


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9 de julho de 2008

Contrata-se

Atendente nova sozinha no escritório. Ao final da tarde começam barulhos estranhos vindos da sala ao fundo.

A princípio não dá muita bola, mas eles ficam mais altos e nítidos.

-Tem alguém lá atrás! -Conclui a menina.

Mesmo assustada ela resolve conferir, vai pé ante pé à dita sala, não vê ninguém. Acende todas as luzes do escritório e volta para sua mesa conferir as rotinas de final de expediente.
Sobresalta-se novamente com o barulho, dessa vez muito mais alto, uma estante parece ter tombado na sala.

Ao adentrar com o abridor de cartas em punho, não tem tempo de preparar o golpe. É segura, amordaçada e amarrada.

Apanha, é humilhada e bolinada durante horas. Já não chora mais, não tem forças para gritar além da mordaça. Implora que seu algoz a liberte mas ao invés disso é espancada, tem sua jugular cortada e seu corpo é desovado em uma cava qualquer.

Dois dias depois, no jornal de maior circulação, apenas uma nota onde lê-se:

-Contrata-se recepcionista. Sexo feminino, não necessita comprovar experiência.

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